A história do Berimbau

04/06/2013 23:26

A História do Berimbau

 

A História do Berimbau

 

Pesquisando um pouco o nosso passado através da história, percebemos que nem sempre o berimbau esteve ligado à Capoeira e que nela foi incorporado, primeiramente, no estado da Bahia. Fomos buscar, nas Artes Plásticas, um reforço para essa afirmação: numa aquarela de 1826 do pintor e desenhista francês Debret, que viveu no Brasil entre 816 e 1831, aparece um tocador de berimbau, cego, pedindo esmola, bem distante do contexto da Capoeiragem. Na mesma época, em gravura, Rugendas retrata o jogo da Capoeira, acompanhado apenas por um pequeno tambor, sem a presença do berimbau.

    Hoje, esse instrumento musical é sinônimo de Capoeira e não se admite um jogo ou uma roda sem a sua presença.

    Segundo vários estudiosos que trataram do tema, o berimbau é originário da África, existindo em várias regiões daquele continente. Como outros instrumentos utilizados em manifestações afros, foi introduzido em nosso país pelos negros que para aqui vieram como escravos.

 ”“… ô pega esse Gunga / me venda ou me dê /esse Gunga é meu / eu não posso vendê.”.

     Na Capoeira Angola, velhos mestres como Valdemar da Liberdade, Pastinha, Canjiquinha, Caiçara, Paulo dos Anjos, Gigante, Cobrinha Verde e outros afirmam que a orquestra é composta por três berimbaus diferentes em tamanho: um pequeno  (Viola); um médio (Gunga); um grande (Berra-boi). Os três berimbaus são uma tentativa de se dar um caráter de orquestra à roda: o  Viola apenas dobra, com seu som agudo; o médio, Gunga, sola; o Berra-boi faz o grave.

    Já mestre Bimba, em sua Capoeira Regional, só permitia um berimbau, que podia ser o Gunga ou o Viola acompanhado por dois pandeiros. Uma particularidade dos berimbaus feitos pelo mestre Bimba é que não podiam ser pintados. Ele sempre dizia que “Berimbau pintado perde a voz”. Seus berimbaus eram, apenas, envernizados.

    Convém lembrar que o que caracteriza o Berimbau como grande médio ou pequeno é o tamanho da cabaça.

    Dois pandeiros são também obrigatórios na roda, além dos caxixis que acompanham os berimbaus.

    Outros instrumentos como o atabaque, agogô e reco-reco são facultativos e dependem da aprovação ou não do mestre.